a idade adulta me chega
com alegrias, decepções
e muitas perdas
o tempo passa,
e o que hoje estava alí,
agora já não existe mais
se decompoe dentro da terra.
seu rosto sem expressão,
não parecia que dormia.
sinto a morte soprar
levinho no meu ouvido
e me causar um arrepio
lembro da imagem dela
morrendo na minha frente.
carregar seu cadáver,
sentindo
seu corpo mole
sem força
e sem vida
sua cabeça caída
enquanto a segurava em meus braços,
que fracos não aguentavam a sua perda
lágrimas rolavam no caminho do seu socorro,
ela ao meu lado
queria não acreditar
que sua alma já se fora
e que seu corpo estava morto.
muitas lágrimas,
muitas perdas,
muito pouco tempo.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
domingo, 3 de janeiro de 2010
Homenagem ao Carlos Marighella
Liberdade
Não ficarei tão só no campo da arte,
e, ânimo firme, sobranceiro e forte,
tudo farei por ti para exaltar-te,
serenamente, alheio à própria sorte.
Para que eu possa um dia contemplar-te
dominadora, em férvido transporte,
direi que és bela e pura em toda parte,
por maior risco em que essa audácia importe.
Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,
que não exista força humana alguma
que esta paixão embriagadora dome.
E que eu por ti, se torturado for,
possa feliz, indiferente à dor,
morrer sorrindo a murmurar teu nome”
Por Carlos Marighella, em memória da sua luta contra ditadores.
possa feliz, indiferente à dor,
morrer sorrindo a murmurar teu nome”
Por Carlos Marighella, em memória da sua luta contra ditadores.
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